República Popular lança álbum visual “Húmus” em uma verdadeira carta de amor a Manaus

A união das realidades distintas do Amazonas é o que a República Popular traz no seu álbum visual, “Húmus”. Juntando as diferentes perspectivas que existem em Manaus, a banda lança a versão definitiva do trabalho iniciado em 2018 pelo selo Sagitta Records. Construído como um álbum duplo, a versão visual de “Húmus” chega de forma integral disponível no YouTube.

“O Húmus visualmente foi concebido como uma carta de amor à cidade de Manaus, a nossa cultura popular e aos amazônidas, todos eles, aos indígenas, aos ribeirinhos e aos que vivem nas cidades”, afirma Matheus Mota, diretor e roteirista do álbum visual. “Precisávamos trazer toda essência experimental e conceitual do álbum musical para vários visuais que se integrassem perfeitamente”, conclui.

No trabalho lançado em 2018, a República Popular desconstrói a visão estereotipada do que é a musicalidade da Amazônia. Utilizando-se de ritmos como a toada do Boi de Parintins e o carimbó e misturando com gêneros modernos como o indie, eles criam uma imagem de uma juventude urbana manauara.

egundo Viktor Judah (bateria e vocal), a versão visual do álbum foi um processo natural da estratégia de lançamento. “Decidimos que todas as músicas teriam vídeo por uma questão quase comercial. Apesar de que o conceito do disco combina muito com a ideia de um álbum visual, o que pesou muito também foi o fato de ‘Húmus’ ser duplo, com 25 faixas, algo não tão fácil de ser consumido por inteiro nos dias de hoje. Apostamos nossas fichas num estímulo visual para instigar as pessoas a ouvir cada música”. Além dele, a banda é formada por Vinítius Salomão (vocal e bateria), Igor Lobo (vocal e violão) e Sérgio Leônidas (vocal e baixo).

A banda amazonense deu início à sua discografia em 2015, quando gravou seu disco de estreia, “Aberto para Balanço”. 2016 trouxe o EP “Lis”, com letras inspiradas por personagens femininas. Já em 2017, os músicos começaram a revelar o que viria a ser “Húmus”, com a estreia do elogiado clipe “Curió”. Os clipes seguintes, “NVMFDA (Não vem me falar de amor)” e “Somo2”, faixas da segunda parte do álbum duplo, reafirmaram a República Popular enquanto banda manauara.

A transição para “Húmus” faz referência à ideia de início e fim dos ciclos da vida, tão presente nas letras do trabalho. Nada mais natural que traduzir isso no título, batizando o disco com o tipo de solo mais fértil, formado a partir da decomposição de animais e plantas. Da morte, surge a vida. E do fim de uma era para a República Popular, nasce uma banda ainda mais conectada às suas heranças culturais.

Para construir todo esse mosaico, a República Popular convocou a ajuda de parceiros, como David Assayag, cantor renomado de Parintins; Arlindo Junior, embaixador da cultura parintinense, conhecido como “Pop da Selva”; Márcia Novo, representante do cenário pop de Parintins; e das jovens intérpretes Renata Martins e Gabi Farias. O disco foi produzido pelo baterista Viktor Judah e entrega uma República Popular profundamente conectada com suas raízes – mas sem abrir mão de olhar para o futuro. Para 2019, a banda planeja ainda uma turnê de lançamento e a gravação do DVD do projeto no Teatro Amazonas, no coração de Manaus.

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